domingo, 23 de julho de 2017

POP JAVALI - RESILIENT (2017)




                               Resiliência é a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças. E o trio POP JAVALI resolveu chamar assim seu terceiro trabalho de estúdio. RESILIENT vem logo após a ótima repercussão de LIVE IN AMSTERDAM,  que, como o próprio nome entrega, foi gravado na Holanda e foi lançado no ano passado. E se antes a classe, bom gosto e uma bela mistura de hard/heavy eram a tônica do trabalho do grupo, aqui temos uma pegada mais pesada, deixando a faceta HEAVY mais exposta. Mas isso de maneira alguma transforma a sonoridade da banda, muito pleo contrário. Apenas acrescenta peso e também acaba por revelar um lado mais prog metal (sem exageros, que fique claro), o que evidencia ainda mais o lado técnico dos músicos.

                      Marcelo Frizzo (baixo/vocal), Jaeder Menossi (guitarra/backing vocal) e Loks Rasmussen (bateria/backing vocal) gravaram Resilient no Estúdio dos irmãos Busic, em São Paulo (Busic Produções Studio) e teve  a produção sob responsabilidade de Andria Busic, Ivan Busic e da própria banda. Já a Mixagem e masterização foram feitos por Andria. E pode-se dizer sem a menor sombra de dúvidas que esse é o álbum mais pesado e bem produzido do grupo. Aliás, os trabalhos anteriores já eram muito bem produzidos, mas aqui, podemos afirmar que o nível atingido foi extremamente alto! E neste mais recente trabalho, um dos maiores destaques é o guitarrista Jaeder Menossi. Músico de muita técnica, aqui Jaeder se mostra também dono um um felling clássico, injetando nas composições suas influências e personalidade.

                        Após A New Beginning, uma breve introdução instrumental, temos Hollow Man, uma composição que deixa bem claro essa linha mais pesada adotada pelo grupo. Além dos riffs, cortesia de Jaéder, Marcelo Frizzo por vezes canta de forma mais agressiva enquanto que Loks senta a mão sem piedade. Sem dúvidas, essa é uma das faixas mais pesadas já compostas pelo trio! Uma levada mais cadenciada, guiada pelo baixo de Marcelo é o que temos na introdução de outra faixa carregada de peso. Drying The Memories, chega a ter passagens que nos remetem à algumas bandas de thrash metal! Obviamente, o grupo não esqueceu e nem pretende deixar pra trás suas raízes, pois em alguns momentos a melodia se faz presente, contrastando com as passagens mais agressivas. Reasonable possui linhas mais variadas, usando um pouco mais da melodia e que nos traz um pouco do "velho" Pop Javali. Marcelo consegue dosar de forma interessante sua voz mais limpa aqui, enquanto que Jaéder mostra habilidade em momentos distintos: riffs pesados e solos mais calcados na melodia!  Melodia essa que segue ditando o ritmo em We Had It Coming. Mas ao mesmo tempo, o grupo mostra desenvoltura na hora de navegar entre peso e harmonia. Já Shooting Star é daquelas faixas cheias de energia, onde a guitarra guia  a composição, deixando Marcelo e Loks livres para carregar no peso.

                      Turn Around é uma faixa mais calma. Um andamento suave, com linhas mais melódicas e uma grande interpretação de Marcelo, que explora bem, durante todo o trabalho, momentos mais melódicos e limpos com outros pesados e agressivos. Broken Leg Horse, é outra daquelas faixas que grudam na mente, pois possui um andamento rápido mas que não abre mão do peso. Grande trabalho da cozinha, que mostra grande entrosamento e coesão. Já a guitarra traz linhas que variam de um lado mais hard/heavy até um pouco mais próximas do prog metal. Mais riffs cheios de peso é o que temos em Undone. Com um andamento mais cadenciado, fica evidente a classe e categoria do trio na hora de compôr e executar suas criações. E a veia hard rock da banda se faz presente em Show You The Money, que traz consigo momentos mais melódicos. Já a faixa título, Resilient é uma das melhores do álbum, pois mostra a versatilidade dos músicos de forma latente. Criatividade nos arranjos, bom gosto na melodia e muito peso nos riffs. Essa é daquelas faixas que quando terminam, a gente aperta o repeat várias vezes! O álbum encerra com Renew Our Hopes, uma composição mais "calma", com belas linhas vocais e belos solos.

                    RESILIENT mostra que o POP JAVALI não tem medo de arriscar e evoluir em sua sonoridade. Sem abandonar sua raízes, o grupo se reinventa, trazendo boa dose de peso, mas mantendo a mesma classe e categoria de seus trabalhos anteriores. Sem dúvida, um dos melhores álbuns lançados no Brasil neste sofrido 2017!




                      Sergiomar Menezes

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