quarta-feira, 5 de abril de 2017

LANCER - MASTERY (2017)



                        Um power metal moderno, mas com uma dose, modesta é verdade, de metal melódico. Mas que busca mesclar peso e melódia de forma consistente. Dessa forma podemos classificar a sonoridade do grupo sueco LANCER, em seu terceiro trabalho, o bem trabalhado e executado MASTERY, lançado por aqui pela parceria Shinigami Records/Nuclear Blast. Fugindo daquele zona de conforto onde muitas bandas do estilo estacionaram e parecem ter preguiça de sair, o quinteto aposta em uma música intensa e vigorosa, onde as guitarras guiam o álbum, mostrando que a Suécia é um país aberto às mais variadas sonoridades.

                     Formada em 2009, a banda é composta por Isak Stenvall (vocal) Fredrik Kelemen (guitarra), Ewo Solvelius (guitarra), Emil Öberg (baixo) e Sebastian Pedernera (bateria). Neste trabalho,  a produção ficou sob a responsabilidadede Gustav Ydenius e da própria banda, e pode-se dizer que ficou excelente, uma vez que os instrumentos soam nítidos e cristalinos, mas ao mesmo tempo, tem o peso necessário, o que faz com que o cd soe como o power metal deve soar. O trabalho em conjunto tambem se deu em parceria, enquanto que a mixagem ficou à cargo do renomado Miro (Kamelot, Avantasia, Rhapsody). Mesmo pendendo em certos momentos para o lado melódico do estilo, o LANCER deixa explícito no encarte do álbum que não houve, em nenhum momento das gravações a adição de teclados. Soa "true" ou não? Mas a verdade é que o grupo não se apega a esse tipo de coisa. Nas dez faixas que compõem o trabalho, isso fica bem nítido. Temos ainda uma bônus track, incluída na versão nacional. E não podemos esquecer de citar a bela capa, algo recorrente quando se fala em power metal, principalmente no europeu.

                          Como dito antes as guitarras guiam o trabalho, que tem nos riffs e solos os pontos altos do cd. Mas não dá pra não falar no que o vocalista Isak faz aqui. Dono de um timbre peculiar, ele não busca apenas exercitar sua voz e fazer demonstrações de auto-indulgência. Buscar dar a música o que ela pede, o música também é um dos destaques aqui. Faixas como Dead Raising Tower, um power bem bem típico, principalmente na seção rítmica, que guarda certa similaridade com os momentos mais pesados do Hammerfall, Mastery, faixa título, muito bem arranjada e com aquela pegada característica, onde os bons riffs da dupla Fredrik e Ewo comandam a execução de forma eficiente, Victims of The Nile, que, se num primeiro momento soa como uma balada, ganha peso e agressividade durante seu andamento, e tem na interpretação do vocalista um belo exemplo de como soar destacado sem com que isso atrapalhe a performance do restante do grupo, Iscariot, que tem no Helloween antigo uma grande inspiração, Freedom Eater pesada e bem acelerada (aqui o baixo de Emil Öberg ganha maior "visibilidade") e Widowmaker, que tem um pézinho no Hard (assim como a faixa bônus, The Wolf and The Kraken), mostram um grupo que já faz por merecer um maior destaque dentro do cenário.

                          Neste terceiro trabalho, o LANCER dá provas que o estilo que para muitos se mostra estagnado, está mais vivo do que nunca, com bandas que não param no tempo e não se acomodam. MASTERY é um álbum que deve ser ouvido por fãs de heavy metal em geral, que não se prendem á rótulos. Se assim o fizerem, descobrirão uma banda que logo,logo, pode figurar entre os grandes nomes do estilo na atualidade.



                


                   Sergiomar Menezes

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