quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

REBOTTE - INSURGÊNCIA (EP) (2016)



               Muitas vezes, quando recebemos material para resenhar, acabamos tomados por uma dúvida: como classificar o trabalho de uma banda que agrega á sua sonoridade muitas e variadas influências? Mas essa dúvida é muito simples e fácil de elucidar. METAL! Sim, afinal de contas, independente de rótulos, o metal sempre prevalece. E é dessa forma que podemos encaixar o bom trabalho realizado pelo grupo de São Paulo, o sexteto REBOTTE. Em seu EP de estréia, INSURGÊNCIA, a banda mostra em apenas cinco faixas (sendo uma delas uma breve introdução) que tem muito a oferecer ao cenário nacional.

             Lívia Almeida (vocal), Bruno Abud (guitarra), Vitor Acacio (guitarra), Robin Gaia (baixo), Santiago Soares (sampler) e Ellen War (bateria) mostram neste trabalho de estréia muita garra e disposição em faixas que recebem influências do hardcore, metal, thrash, death e muitos outros estilos, mas de forma uniforme, sem exageros que venham a comprometer a estrutura das composições. E o melhor de tudo é que o grupo, mesmo tendo essa gama variada de influências, mostra uma forte personalidade e uma identidade que lhes garante alçar vôos mais altos em futuro não muito distante. Produzido, mixado e masterizado por Rogério Oliveira (que deixou tudo como tem que ser: pesado, sujo e ao mesmo tempo, com uma audição clara), o trabalho mesmo independente, vem em uma embalagem digipack, provando que a velha desculpa de que é preciso uma gravadora forte por trás para lançar algo de qualidade é balela!

           O EP abre com a faixa título, uma introdução com um clima de batalha, que nos prepara para a guerra que virá a seguir. E Cicatrizes, em termos de sonoridade é isso mesmo! Que porrada! Guitarras pesadas, uma evada de bateria que se mostra técnica e brutal enquanto os vocais que se alternam entre o gutural e o mais rasgado deixam a faixa ainda mais agressiva! Assim como em Discórdia, que começa com aquele baixo "gordo", criando um clima bastante pesado, enquanto as guitarras despejam riffs mais diretos, a bateria dita o ritmo que alterna entre momentos mais cadenciados e outros mais velozes. O vocal de Lívia mostra que a vocalista não está pra brincadeira, pois não deixa nada a dever á alguns grandes nomes do estilo. Amanhecer tem uma "cara" mais moderna, até mesmo com um certo que de death melódico (leia-se InFlames, Dark Tranquility entre outros), o que comprova a característica mais pesada do grupo. O encerramento vem com a porradaria de Existência outra faixa que nos remete ás bandas de Gotemburgo, mas com a garra que o grupo paulista imprime em suas composições.

           Nessa estréia, o REBOTTE mostra muita vontade e qualidade pra adentrar com o pé na porta do cenário nacional. Com apenas quatro anos de atividades, o grupo tem em INSURGÊNCIA, um cartão de visitas intenso e brutal. Que o primeiro álbum venha logo pra confirmar todo o potencial do grupo!




              Sergiomar Menezes

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