quarta-feira, 2 de novembro de 2016

TARJA - THE SHADOW SELF (2016)




                Eis que poucos meses após a chegada ao mercado de The Brightest Void, é lançado por aqui via Shinigami Records, THE SHADOW SELF, o sétimo trabalho solo da cantora TARJA. Não é preciso mais dizer aqui tudo que envolve o passado musical da bela vocalista, pois acredito que tudo que tinha que ser dito já foi. E quem acompanha a carreira dela já deve estar cansado de sempre ler as mesmas coias. Portanto, vamos nos focar apenas no álbum que, pelo menos na minha visão, é candidato ao posto de melhor trabalho solo já lançado pela finlandesa. E muito disso se dá pelo fato de que aqui, a veia mais metal de sua carreira volta  a aparecer e de forma mais intensa.

               A banda hoje é formada pela própria Tarja, além de Alex Scholpp (guitarra), Doug Wimbish (baixo, ex- Living Colour), Christian Kretschmar (teclados), Mike Terrana (bateria, ex-Rage, entre outros) e Max Lilja (cello). Mas o álbum teve inúmeras participações especiais. E uma das principais foi a da vocalista Alissa White-Gluz (Arch Enemy, ex- The Agonist) que abrilhantou ainda mais essa constelação. A produção do cd  nem precisa ser comentada, afinal, é algo rotineiro nos trabalhos da cantora a qualidade apresentada neste quesito. A temática da capa e do layout, segue a linha adotada no álbum anterior, tendo por base as cores branca e preta, criando belas imagens com a figura da vocalista. 

              A faixa e abertura, Innocence, retrata bem o teor do álbum. Sem exageros, há uma boa mistura entre o peso do metal e a fase mais "sinfônica" dos trabalhos anteriores de Tarja. A guitarra imprime uma pegada mais pesada enquanto os teclados fazem essa junção entre os "dois mundos" aos quais a vocalista está envolvida. Simples e de fácil assimilação, a faixa antecede um dos grandes destaques do trabalho. Demons in You, que conta com a participação de Allisa White-GLuz, tem no peso e no brilhante trabalho da dupla Kevin Chown (baixo) e Chad Smith (bateria, Red Hot Chili Peppers) que acertam ao incluir uma dose de groove antes do peso da guitarra de Julian Barret guiar a faixa numa linha moderna e bem trabalhada. O contraste entre as vozes de Tarja e Alissa cria uma atmosfera bem bacana. No Bitter End fez parte de The Brightest Void, e aqui aparece em sua versão definitiva. Uma faixa pronta para ser tocada nas "rádios Rock" por aí, mas que nos shows tem tudo para ganhar mais peso, visto que aqui ela já tem uma roupagem mais metal. Já Love To Hate parece uma faixa extraída de algum trabalho de Tarja com sua antiga banda. Uma bela orquestração que ganha reforço de belas melodias, enquanto os vocais, como de costume, preenchem cada espaço da composição. Supremacy, cover do grupo MUSE, ganhou uma versão bem pesda e a meu ver, ficou bem melhor. Tarja consegue fazer com que a faixa ganhe uma nova interpretação de forma magistral.

           The Living End tem um início acústico, com uma linha mais suave, transformando-se em uma bela balada e conta mais uma vez, com uma grande interpretação de Tarja. Confesso que nunca fui um grande fã dos trabalhos anteriores da vocalista, mas nunca neguei seu talento e qualidade enquanto intérprete. E aqui, ela comprova mais uma vez sua inegável capacidade. Diva já consegue me fazer retroceder aos trabalhos do início da carreira solo da cantora e não acrescenta muito ao trabalho, mesmo que Tarja seja o destaque da composição. Eagle Eye também estava presente em The Brightest Void e conta com a participação do irmão da vocalista, Toni Turunen. Um pouco mais pesada que a versão anterior, a faixa é, como no álbum anterior, um dos destaques do cd. Em Undertaker temos mais partes orquestradas que primam pela grandiosidade nos arranjos, elevando ainda mais o alto nivel das composições apresentadas. Destaque para o bom trabalho da guitarra, que se preocupa em criar um cima mais intenso. Calling From The Wild, pesada e moderna, de certa forma ns reete aos últimos momentos de Tarja á frente do Nightwish, mas aqui, ela canta de uma forma mais "normal" deixando um pouco aquela forma mais lírica que usava na sua antiga banda. Too Many encerra o trabalho e destoa um pouco do restante, pois não apresenta nada muito interessante, seja na melodia, seja no arranjo. Mas isso em nada vem a desmerecer o que é apresentado, pois apesar de mais fraca, a faixa só não tem o mesmo destaque das demais.

           Como frisei antes, na minha opinião, THE SHADOW SELF pode ser considerado o melhor trabalho solo de TARJA, pois conseguiu unir de forma bem interessante o lado sinfônico e o lado metal que sempre estiveram, de certa forma, em conflito na carreira da vocalista. Muitos podem não concordar, mas o fato é que, como já havia dito na resenha de seu álbum anterior, sua saída do Nightwish fez bem para ambos. Tarja está muito mais á vontade, sem aquela pressão que envolvia o seu antigo grupo e isso fica comprovado de forma definitiva aqui. Pois é. Nunca fui um grande fã da finlandesa. Mas isso acabou de mudar...





                 Sergiomar Menezes

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