segunda-feira, 16 de maio de 2016

RHAPSODY OF FIRE - INTO THE LEGEND



            Os quatro primeiros trabalhos dos italianos RHAPSODY OF FIRE ( não sei quanto á vocês, mas eu continuo chamando o grupo apenas de RHAPSODY) consolidaram a carreira do grupo, conquistando fãs ao redor do mundo com seu Power Metal Sinfônico, cheio de referências á trilhas sonoras que nos colocavam, mentalmente, em meio a batalhas épicas e medievais. Mas depois disso, o grupo parece ter meio que perdido o rumo. Não que tenha lançado trabalhos ruins, mas muitos deles, ficaram abaixo do esperado. Muitos creditam isso á saída do guitarrista Luca Turilli, um dos responsáveis pelas composições juntamente com o tecladista Alex Staropoli. Poderia até ser. Mas este INTO THE LEGEND, que chega por aqui via Shinigami Records, faz com que essa teoria caia por terra.

            Fabio Lione (vocal), Roberto De Micheli (guitarra), Alessandro Sala (baixo), Alex Staropoli (teclado) e Alex Holzwarth (bateria) retomam de certa forma, a atmosfera que os primeiros álbuns possuíam. Belas orquestrações, arranjos grandiosos, corais épicos, belas melodias vocais ( Fabio Lione se sai muito, mas muito melhor á frente do Rhapsody of Fire do que no Angra) e depois de muito tempo, linhas de guitarra que soam fortes, não ficam escondidas atrás do teclado de Alex Staropoli. No trabalho anterior, Dark Wings of Steel (2013) , o grupo já ensaiava esse "retorno ás raízes", mas aqui, podemos dizer com clareza que os bons tempos de "Rage of the Winter", "Emerald Sword" e Holy Thunderforce" estão de volta! Podemos perceber que Alex Holzwarth está mais solto, usando novamente de sua técnica, que é bastante apurada. Por outro lado, Roberto De Micheli faz um grande trabalho, pois também é possível afirmar que a saída de Luca Turilli foi benéfica ao grupo. Se analisarmos friamente, os trabalhos que o ex-guitarrista da banda vem apresentando, ficam bem aquém do o Rhapsody of Fire vem fazendo.

         A introdução (na verdade, a faixa é bem mais que uma simples introdução) In Princípio nos prepara para uma das melhores faixas do álbum. Distant Sky traz aquelas harmonias características da banda. E já podemos perceber a participação efetiva do guitarrista Roberto De Micheli que aparece com bases e solos bem estruturados. Lione, não é preciso dizer, continua esbanjando técnica e nesse estilo, é sem dúvida, um dos melhores vocalistas. O refrão resgata os bons momentos do grupo. Grandioso e épico, vem com corais que encaixam perfeitamente. A faixa título, Into The Legend, tem uma grande performance do baterista Alex Holzwarth que encontra em Alessandro Sala ( que se juntou ao grupo em 2015), um companheiro de grande técnica. Os vocais mais "raivosos" de Lione contrastam aos arranjos orquestrado compostos por Alex Staopoli. Mais um grande refrão! Winters Rain tem guitarras que num primeiro momento, surgem com uma sonoridade mais moderna. MAs logo, o teclado de Alex Staropoli volta  anos lembrar que estamos ouvindo uma das melhores bandas de power metal sinfônico. Mais cadenciada, a faixa é uma das mais pesadas do trabalho (pesado em relação ao que o Rhapsody of Fire faz, que fique claro).

        A Voice in The Cold Wind tem belas harmonias, que em certos momentos nos remete ao que o grupo sabe fazer com maestria. Corais épicos, uma bela melodia composta por Staropoli ao teclado e um show de Lione, mais uma vez. Valley of the Shadows tem uma pegada mais metal. As linhas  de guitarra encontram o teclado de forma correta, sem nenhum ter maior destaque. Pesada e densa, a faixa conta com passagens cantadas em italiano, o que cria um clima bem interessante. Já Shinning Star é uma bela composição, onde Lione mostra toda sua versatilidade. Uma "balada" em tons épicos, se é que podemos assim dizer. Realms Of Light traz o power metal do grupo de volta, com uma variação dentro da própria composição, que traz corais líricos. O arranjo desta faixa foi muito bem elaborado e executado com perfeição! Rage of Darkness segue essa mesma direção. Isso prova que o grupo nos últimos tempos parecia perdido, poi aqui, as composições, além de ter um direcionamento definido, possuem ótima qualidade. O encerramento vem com a épica The Kiss of Light, mostrando grandiosidade dos arranjos, variação e versatilidade na composição, e muita inspiração. Um encerramento em grande estilo, como nos bons e velhos tempos.

       Com o lançamento de INTO THE LEGEND, o RHAPSODY OF FIRE volta á velha fórmula e qualidade que conquistou muitos fãs em seus primeiros trabalhos. Trabalhando em composições grandiosas, cheias de melodias épicas e contando com músicos de extrema técnica, o grupo reaproxima aqueles que deixaram o grupo um pouco de lado em seus últimos álbuns. E também, pode angariar novos fãs, o que, tendo por base a ótima aceitação que este trabalho vem tendo, ocorrerá de forma certa.



         Sergiomar Menezes

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