segunda-feira, 16 de novembro de 2015

DEF LEPPARD - DEF LEPPARD


            Falar do DEF LEPPARD é uma tarefa fácil e complicada ao mesmo tempo. Fácil, pois falar de sua história, da qualidade de seus músicos e de seus grandes álbuns é bastante simples. Complicada, pois o grupo, um dos ícones do ínicio da NWOBHM, acabou por se distanciar da sonoridade dos demais grupos do movimento, e teve sua carreira permeada por grandes sucessos mas também, por sérios problemas. Acidentes, doenças e trabalhos fracos puseram á prova a continuidade da banda. Mas ela se manteve firme e, agora, em 2015, nos entrega seu auto intulado álbum, DEF LEPPARD, que chega ao Brasil via Shinigami Records.

           Com quase 4 décadas (o grupo foi formado em 1977), e após sete anos de seu último trabalho, o fraco Songs From The Sparkle Lounge (2008), a banda resgata um pouco da sonoridade "clássica" que a consagrou, ou seja, aquele hard rock com um acento pop que há tempos se faz presente em suas composições. Joe Elliot (vocal), Phil Collen (guitarra), Vivian Campbell (guitarra), Rick Savage (baixo) e Rick Allen (bateria), trazem nas 14 faixas que compõem o trabalho, uma boa variação, pois vão desde as músicas guiadas pelas guitarras afiadas de Phil Collen e de Vivian Campbell, até as já consagradas baladas. Produzido pela própria banda e com uma bela capa, que remete aos áureos tempos, DEF LEPPARD pode agradar ao fã que não se apega apenas ao passado da banda. Afinal, pode se perceber que o grupo está fazendo a música que quer, sem grande pretensões de agradar a gregos ou troianos, a não ser ele próprio. E isso nos garante bons momentos de diversão.

            O álbum com a boa Let's Go, que nos remete á Pour Some Sugar On Me (de Hysteria - 1987), pois vem com as guitarras bem timbradas, emprestando peso ao ritmo mais cadenciado da faixa. Com refrão fácil, e backing bem encaixados, os solos também se destacam. Um belo começo! Dangerous traz um belo trabalho de guitarras e tem uma sonoridade mais hard. Vivian Campbell e Phil Collen formam uma grande dupla. E a cozinha, simples , mas eficiente, permite o bom desempenho dos guitarristas. Man Enough, a terceira faixa, tem uma base, digamos, dançante, até certo ponto funkeada, o que pode causar surpresa. Uma bela canção é o que encontramos em We Belong. Uma semi-balada, com as características do Leppard, pois traz aquele vocal bem típico de Joe Elliot, enquanto as melodias proporcionadas pelas guitarras, deixam a faixa com uma cara Pop de muito bom gosto. Invincible, traz o baixo de Rick Savage como destaque. Uma faixa simples, com forte acento Pop, vide o refrão, que traz um bom trabalho de backing vocal. Sea of Love, na minha opinião, uma das melhores faixas. Com uma pegada mais á moda antiga ( anos 70 á frente), com bases de guitarras bem construídas, backing muito bem encaixados, a faixa traz a mente os bons momentos do passado do grupo. Energizer, talvez seja a composição mais fraca. Poucas guitarras, arranjo comum. A banda pode mais que isso. Se fosse melhor arranjada, poderia ficar melhor.

          O clima hard/rocker volta á tona com All Time High. Belo trabalho vocal e refrão pra cantar junto. As guitarras comandam com belas bases e solos muito legais. Um dos grandes destaques do disco. Battle Of My Own, tem uma pegada acústica até perto de seu final, e me trouxe a mente aquele clima de faroeste, pois tem uma levada country. Broke'n'Brokenhearted vem com belos riffs, é um daqueles "rockões" de respeito. As guitarras deixam fluir riffs e solos na medida, enquanto a base bem estruturada pela cozinha deixa a música entre as melhores do trabalho. Joe Elliot usa um pouco daquela "despretensão" que dá á música um clima bem"rocker". Mais uma bela base sustentada pela cozinha de Rick Savage e Rick Allen se faz presente em Forever Young, que possui uma sonoridade mais moderna, semelhante aos trabalhos mais recentes da banda. E como estamos falando em Def Leppard, temos em Last Dance, uma bela balada. Com um belo arranjo, a faixa mantém a tradição do grupo em compor belas canções nesse estilo. Wings Of An Angel é uma faixa mais pesada e direta, onde Elliot mostra que, ainda pode cantar de forma mais variada sem comprometer. Guitarras com uma pegada mais moderna ditam o ritmo da faixa. O trabalho se encerra com Blind Faith. Uma balada mais introspectiva, com climas diferentes do normal, onde o grupo mostra sua espontaneidade de forma direta.

         O DEF LEPPARD mostra neste álbum, grandes composições que resgatam, de certa forma, a sonoridade que o grupo praticava em outros tempos. Pode ser considerado, o melhor trabalho do grupo, desde Euphoria (1999). Grande trabalho de guitarras, qualidade nas composições e a vontade de seguir fazendo música, fazem deste cd, uma certeza de que o velho Leopardo Surdo ainda pode nos oferecer grandes trabalhos!



Sergiomar Menezes

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