quinta-feira, 1 de outubro de 2015

UGANGA - OPRESSOR


               Thrash Metal com pegada Hardcore. Ou, se preferir, Hardcore com o peso do Thrash Metal. Fico com a definição do próprio grupo: THRASHCORE. Com um estilo já consolidado em seus 20 anos de carreira, o UGANGA lança seu 4° álbum de estúdio (em 2013, a banda lançou o ao vivo Eurochaos Ao Vivo). Com uma música forte, pegada, e principalmente, verdadeira, o grupo formado por Manu "Joker" Henriques (vocal), Christian Franco (guitarra), Thiago Soraggi (guitarra), Raphael "Ras" Franco (baixo e vocal) e Marco Henriques (bateria e vocal), traz em OPRESSOR, as características marcantes que permeiam a história da banda.

               Com a produção de Gustavo Vazquez e da própria banda, que deixou a sonoridade bem agressiva, dando á musica do grupo uma personalidade bem peculiar, o trabalho é bastante homogêneo. Os vocais de Manu soam raivosos e perfeitos ao estilo, assim como o excelente entrosamento das guitarras. A cozinha da banda também merece destaque, afinal, a mistura entre o hardcore e o thrash, com passagens recheadas de groove, exige boa técnica de quem a executa. E isso, aliada a honestidade musical do grupo, são o diferencial da banda.

               O álbum abre com a porrada Guerra. A faixa, de cara, já dá mostra do que teremos pela frente. A pegada bem hardcore e guitarras com as levadas do thrash metal, se fundem ao vocal bem característico de Manu. Riffs no melhor estilo da escola "metal mineira". O Campo, que fala sobre os campos de concentração em Auschwitz ( que a banda visitou em sua primeira turnê européia em 2010), inicia com um certo groove, e tem o peso das guitarras como destaque. A vinheta Veredas, antecede a faixa título. Opressor, intensa e pesada, é um dos destaques do trabalho. O hardcore é a tônica em Moleque de Pedra. Contando com os vocais guturais de Juarez "Tibanha" (Scourge), a faixa tem uma letra de forte crítica social. Casa, a sexta faixa, mostra bem o estilo do grupo, pois aqui, a pegada hardcore encontra as guitarras bem "metal", além do baixo e bateria que variam entre a velocidade e um trabalho mais cadenciado. Os solos, ficaram muito bem inseridos aqui.

             L.F.T, outra vinheta, introduz o peso de Modus Vivendi. Uma faixa bem Heavy Metal, que mostra bem a versatilidade do grupo nas composições. Mais cadenciada e com vocais mais rasgados, a música tem uma pegada diferenciada. Nas Entranhas do Sol possui um riff nervoso e tem uma pegada que nos remetem ás bandas thrash, com aquela levada mais na manha, que instantaneamente nos leva ao headbanging. Já Aos Pés da Grande Árvore, tem um riff que nos remete a cena black metal, principalmente á mineira. cabe lembrar que Manu Joker foi baterista de uma das maiores (se não, a maior) referência do estilo (o vocalista tocou no Sarcófago). Mas logo em seguida, os grooves e o hardcore pesado do grupo ditam o ritmo. Noite é mais uma vinheta. Na seqüência, Who Are The True?, cover do grande Vulcano e que contou com as participações de Murillo Leite (Genocídio) e Ralf Klein (Macbeth) e que ficou muito boa! O trabalho se encerra com Guerreiro, uma faixa bem introspectiva.

           A musicalidade da banda é honesta e verdadeira. Uma mistura perfeita entre a agressividade do hardcore e o peso do thrash metal. Cantar em português também é um diferencial, pois as mensagens que a banda passa de forma clara soam melhores dentro do estilo proposto. Um grande lançamento de uma grande banda. Experiência e honestidade musical não se compram em lojas de instrumentos musicais. E o UGANGA, traz isso do berço!


              
 Sergiomar Menezes

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