terça-feira, 6 de outubro de 2015

RATTLE- TALES OF THE DARK CULT


     
                         Eis que o debut do RATTLE chega ao mercado via Shinigami Records. Vencedor da promoção que envolvia as bandas que participaram da coletânea Hellstouch, lançada em 2012 pela gravadora, por meio de voto popular, o que lhe deu o direito a gravar um full lenght, o grupo soube aproveitar a oportunidade, Praticando um death metal com uma forte influência do thrash metal dos anos 80 e 90, aliando peso e brutalidade, bateria e baixo na escola mais direta e um tanto quanto reta, vocais guturais e letras que se encaixam no contexto do título do álbum, a banda acerta a mão e presenteia os apreciadores do metal da morte com um grande trabalho.

                         O grupo baiano, composto por Val Oliveira (vocal), Henrique Coqueiro (guitarra), Daniel Iannini (baixo) e Eric Dias (bateria), lança TALES OF THE DARK CULT, que foi produzido por Marcos Franco e possui uma sonoridade bastante peculiar e de acordo com a proposta que sua sonoridade necessita. Guitarras carregadas de fúria e bem timbradas, cruas e ditando o rumo das composições. E a arte gráfica, principalmente a capa, ficou muito legal, lembrando as velhas HQ's de horror que fizeram, e ainda fazem, a alegria de muitos. O trabalho contou com algumas participações especiais. Anton Naberius (Eternal Sacrifice), Lord Vlad (Malefactor) e Julio "Nikkury" Cesar (Metropolis/The Endless Fall) trouxeram suas contribuições ao trabalho.

                         The Embodiment of Evil, abre o trabalho e traz uma narração do mestre do horror Zé do Caixão que dá um toque de classe á faixa. Classe no sentido de horror, é claro. Veloz, densa e com um instrumental bem trabalhado e pesado, a música já entrega as características do som do grupo, num mix entre o death e o thrash. The End inicia pesada, com riffs típicos do thrash americano e que se diferencia pelo vocal mais gutural de Val Oliveira. A terceira faixa, Semper Fi, já tem uma pegada com riffs death metal, mas com passagens que nos remetem aos grandes nomes do thrash alemão. E isso acaba sendo um dos grandes diferenciais da banda, pois consegue passar essa versatilidade sem soar embolado ou desconexo. The Call of Duty também se destaca. Vocal urrado e pegada forte nas guitarras, aliados a um solo cheio de veneno, fazem da faixa um dos grandes destaques do trabalho! Destaque também para o entrosamento do baixo/bateria, onde Daniel Iannini e Eric Dias mostram boa técnica. Operation: Exterminate inicia com os dois pés na porta, imprimindo velocidade. Um solo na medida, mostra que Henrique Coqueiro sabe dosar bem suas influências entre os dois estilos.

                        Whispers é uma faixa bastante direta. Pesada e veloz, talvez seja a faixa mais death metal do trabalho. Last Standing Man volta a trazer uma pegada mais thrash, com riffs dessa escola. Os vocais de Val Oliveira merecem destaque, pois mostram variações interessantes. Mais um belo solo bem old school. Na seqüência, Pay to Enter, Pray to Exit, na minha opinião, a melhor faixa do cd. Como esquecer, ao ler esse título, do filme "Pague para entrar, Reze para sair"? Com guitarras que mostram uma influência de metal tradicional, e com uma pegada, porque não dizer, rock n' roll, a faixa mostra que o grupo, além da capacidade técnica, possui uma variedade nas composições. Refrão "fácil" e solo bem estruturado dão á faixa uma cara diferente. Hell of The Living Dead inicia com uma narração, seguida de um riff acelerado. Com passagens mais cadenciadas e alternando com outras mais rápidas, a faixa mantém a boa seqüência do álbum. InSomnia: The Sleep of Reason Produces Monsters é instrumental e antecede o final com a longa The Dark Cult. Com grande variação na sua execução, onde o peso do baixo e bateria se destacam, a música mostra que o grupo tem grande futuro.

                       O RATTLE mostra em debut que sabe dosar corretamente suas influências que vão do thrash ao death metal. E que não se restringe somente á elas, pois podemos perceber ecos de metal tradicional em sua sonoridade. Um álbum de estréia que dá indícios de grande futuro. Que os próximos lançamentos venham a confirmar essa expectativa!



Sergiomar Menezes
                         

                       

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